22 de novembro de 2008

O poder de uma Ideologia

Vivemos em mundo partido. Partido por ideologias que nem ao menos sabemos quais. Ideologias partidárias, religiosas, filosóficas. Isso é algo tão forte, extremamente forte, que alguns se aproveitam disso para alienar. Alienam porque não existe um só homem sem ideologia, é intrínseco ao homem. Pensar, posicionar-se, fazer com que sua vontade e seu pensamento seja o mais forte, o melhor.
Vivemos em constante guerra. Guerra contra o capitalismo, contra o terror, contra o melhor. Nessa guerra, cada lado posiciona-se com sua verdade, armando-se de estereótipos sobre o outro lado, criando preconceitos e (in)verdades irrefutáveis. Quando tudo isso terá fim? Quando formos capazes de entender que a realidade do outro não é necessariamente a nossa. O outro existe diferente de mim, não existe um padrão de ser, de pensamento. Isso jamais terá fim. O homem é por natureza expansionista. Jamais parará de expandir seu poder, sua ideologia.
Vivíamos em guerra. Vivemos em guerra. Guerra contra o comunismo, contra o islamismo, contra o americanismo, contra o outro. Por que nós temos o direito de ser vencedores? Será porque Jeová ou Jesus de Nazaré está ao nosso lado!? Será porque lutamos contra Alá, contra o oriente médio e seu “extremismo”, "xiitismo"?
Não há culpados ou inocentes nessa guerra. Todos somos igualmente idiotas por crermos nesse embate ideológico. Giramos a roda da guerra por aceitarmos uma ideologia. Fazemos aquilo que acreditamos ser certo e por isso fazemos o errado.
A solução não é o niilismo, ou o dadaísmo completo. A solução não existe, pois é intrínseco ao homem ser alienado. Há uma única saída, a sobreposição de ideologias. Quando finalmente uma for "superior" à outra, teremos o fim das guerras.

18 de novembro de 2008

Wake up



Acordou, atrasado. Mas nem por isso deixou de tomar banho, café da manhã e fazer sua higiene pessoal. Saiu calmo, ligou a moto e foi ... para onde ... não sabemos! Nosso herói simplismente andava, despercebido e desatento. Cruzou a a avenida. Quando deu por si, viu-se de longe, ainda vivo e pensante. Então, pensou: "Que diabo estou fazendo ali e não aqui?". Foi quando, ao notar o sinal vermelho, seus olhos viram um corpo, seu corpo, sem cabeça. Um corpo inócuo e inerte aos seus pensamentos e incompreensões.
Não estava morto! Vivo ainda, e assim continuou por tempo irrelevante para ele e para todos. Irrelevante, apesar de longo, pois nada fez, não por falta de vontade, mas por implicações que um dia não apressado criara. Sua vida rediziu-se a observação, devido a sua falta de assimilação do tempo atual, microtempo.
Nosso herói, cujo nome também é irrelevante, viu-se, então, rodeado por pessoas. Algumas importantes desconhecidas para esta história, pois elas sairam do seu futurismo social e viram aquela cabeça viva, estupefada no meio da rua, no meio da semana! Dalí, surgiram mil versões para o fato, mas fato é que não nos importa a veracidade dessas, afinal, são apenas impressões de um fato nada comum.
Importante é que nosso herói seguiu imóvel, vendo aquela pequena multidão envolvendo-o. Permaneceu assim, até que pensaram que havia morrido, finalmente. Então, todo aquele mistério lhes pareceu tão solúvel, dissolveu-se, assim, essa multidão na pressa urbana. Nosso herói, aliviado, viu-se sozinho novamente, e assim pode fazer o que lhe agradava mais, pensar!
Pensou, então, que sua vida seria melhor que a de todos, melhor pois não teria obrigações idiotas de uma sociedade ocidental; obrigação de ser alguém notável, importante para a construção de um mundo melhor.
Nesse emaranhado todo de pensamento, chega Rodolfo, o nosso anti-herói, só não sabemos muito bem de onde veio. Sabemos, apenas, que veio, e viu aquela cena bizarra de uma cabeça sem corpo, e ainda feliz. Nosso anti-herói, então, roubou nosso herói, usurpou sua cabeça e a pendurou em uma estante, como um quadro ou troféu, para admirarmos, transformando a nova vida de nosso herói em uma mesma paisagem, até o fim.

3 de novembro de 2008

Construção



O que leva um homem a se identificar com outro homem? Suas caracteristicas fisicas? O fato de termos, todos, uma cabeça, um torax, dois braços e duas pernas? Ou seria algo mais, algo como modo de pensar, modo de ver-se como Homem, como pessoa que pensa e faz acontecer?

Acredito que o que me faz olhar no espelho e ver em mim, parte de uma naoçao, de um povo, nao é uma mera semelhança fisica, mas sim uma maneira de pensar, de me portar em relaçao à diversas adversidades. Me vejo como brasileiro pelo modo em que sinto minha naçao, pela perspectiva em que analiso minha situaçao. Mas o que me faz sintir e pensar como brasileiro, o que me faz realmente crer que sou brasileiro? Não é apenas o fato de ter nascido em territorio brasileiro, ou ainda apenas ter uma certidao que me faz legalmente brasileiro. É algo mais, algo que me é empurrado, pra nao dizer outorgado, por toda a minha vida. Hoje consigo refletir um pouco a respeito, hoje tenho uma capacidade de me ver brasileiro, e saber porque. Vamos ao porque entao!

A construçao de um "eu" brasileiro é algo muito mal trabalhado. Acredito que a maior caracteristica do brasileiro é se negar um brasileiro, mesmo em tempos do politicamente correto, nos vemos menores, nao nos vemos solidos como aqueles que dominaram o mundo e ainda dominam, economicamente e culturalmente. Onde está nosso mito fundador? Onde está no espelho, no qual devemos proucurar o perfeito brasileiro?

Não existe! Isso nao existe. O perfeito brasileiro... Pelé, Ronaldo, Kaká? Acredito que nao! Nao, um jogador de futebol, por melhor que ele seja, nao é capaz de unir uma naçao, a começar pelo simples fato dele defender uma camisa, um simbolo de sectarizaçao, um simbolo de nao ser um brasileiro por completo!

Olho para França e vejo Joana D'arc, Napoleao Bonaparte, La Marseillaise. Olho para a Inglaterra e vejo Rei Arthur, vejo a carta magna, vejo a revoluçao gloriosa. Olho para Alemanha e vejo Carlos Magno, vejo o 1º Reich, o 2º e até mesmo o 3º. Olho para esses povos e vejo países com populaoçoes cientes de quem elas sao, de onde elas vieram. Nao pessoas mal forjadas e humilhadas por um processo historico!

Aqui, temos o grito do Ipiranga (?), nosso Hino nacional (?), nossa bandeira (?????-uma mera cópia da bandeira do imperador). Coisas que me faz sentir e refletir como brasileiro!
Aqui, temos a igreja catolica, a fé cristã. O mal necessario! A unica coisa que consegue adestrar um povo faminto por ignorancia. O que de naçao há nisso? Onde estao os herois que realmente precisamos para nos definirmos como brasileiros?

Nossa construçao mal feita é a unica coisa que me faz ver o que o brasileiro tem enquanto naçao: a falta de interatividade com o outro. Nao nos levantamos mais. Nao nos vemos com um objetivo convergente. Fomos adestrados a ficarmos nos questionando como brasileiros, a nao abalarmos o sistema, a nos culparmos de tudo. Do jeito que está, está bom. Pra que mudar? Daremos o nosso famigerado "jeitinho brasileiro".

"Nao serei o poeta de um mundo caduco"
Nao, nao darei a minha soluçao. Nao serei o profeta da destruiçao ou do inferno. Nós já temos muitos por aqui! Serei aquele que anunciará o surgimento do super-homem. O Brasileiro.