3 de novembro de 2008

Construção



O que leva um homem a se identificar com outro homem? Suas caracteristicas fisicas? O fato de termos, todos, uma cabeça, um torax, dois braços e duas pernas? Ou seria algo mais, algo como modo de pensar, modo de ver-se como Homem, como pessoa que pensa e faz acontecer?

Acredito que o que me faz olhar no espelho e ver em mim, parte de uma naoçao, de um povo, nao é uma mera semelhança fisica, mas sim uma maneira de pensar, de me portar em relaçao à diversas adversidades. Me vejo como brasileiro pelo modo em que sinto minha naçao, pela perspectiva em que analiso minha situaçao. Mas o que me faz sintir e pensar como brasileiro, o que me faz realmente crer que sou brasileiro? Não é apenas o fato de ter nascido em territorio brasileiro, ou ainda apenas ter uma certidao que me faz legalmente brasileiro. É algo mais, algo que me é empurrado, pra nao dizer outorgado, por toda a minha vida. Hoje consigo refletir um pouco a respeito, hoje tenho uma capacidade de me ver brasileiro, e saber porque. Vamos ao porque entao!

A construçao de um "eu" brasileiro é algo muito mal trabalhado. Acredito que a maior caracteristica do brasileiro é se negar um brasileiro, mesmo em tempos do politicamente correto, nos vemos menores, nao nos vemos solidos como aqueles que dominaram o mundo e ainda dominam, economicamente e culturalmente. Onde está nosso mito fundador? Onde está no espelho, no qual devemos proucurar o perfeito brasileiro?

Não existe! Isso nao existe. O perfeito brasileiro... Pelé, Ronaldo, Kaká? Acredito que nao! Nao, um jogador de futebol, por melhor que ele seja, nao é capaz de unir uma naçao, a começar pelo simples fato dele defender uma camisa, um simbolo de sectarizaçao, um simbolo de nao ser um brasileiro por completo!

Olho para França e vejo Joana D'arc, Napoleao Bonaparte, La Marseillaise. Olho para a Inglaterra e vejo Rei Arthur, vejo a carta magna, vejo a revoluçao gloriosa. Olho para Alemanha e vejo Carlos Magno, vejo o 1º Reich, o 2º e até mesmo o 3º. Olho para esses povos e vejo países com populaoçoes cientes de quem elas sao, de onde elas vieram. Nao pessoas mal forjadas e humilhadas por um processo historico!

Aqui, temos o grito do Ipiranga (?), nosso Hino nacional (?), nossa bandeira (?????-uma mera cópia da bandeira do imperador). Coisas que me faz sentir e refletir como brasileiro!
Aqui, temos a igreja catolica, a fé cristã. O mal necessario! A unica coisa que consegue adestrar um povo faminto por ignorancia. O que de naçao há nisso? Onde estao os herois que realmente precisamos para nos definirmos como brasileiros?

Nossa construçao mal feita é a unica coisa que me faz ver o que o brasileiro tem enquanto naçao: a falta de interatividade com o outro. Nao nos levantamos mais. Nao nos vemos com um objetivo convergente. Fomos adestrados a ficarmos nos questionando como brasileiros, a nao abalarmos o sistema, a nos culparmos de tudo. Do jeito que está, está bom. Pra que mudar? Daremos o nosso famigerado "jeitinho brasileiro".

"Nao serei o poeta de um mundo caduco"
Nao, nao darei a minha soluçao. Nao serei o profeta da destruiçao ou do inferno. Nós já temos muitos por aqui! Serei aquele que anunciará o surgimento do super-homem. O Brasileiro.

6 comentários:

Anônimo disse...

qe cu essa bunda ¬¬' sorte qe o texto salva ;] parabéns primo, bela critica aos brasileiros ;*
s.

Yuri Manzi disse...

Arrepiei quando você citou os processos hitóricos pelo qual passaram França,Inglaterra e Alemanha.Realmente não há isso no Brasil.A própria independência foi,de certo modo,um "jeitinho brasileiro".Assim fica dificil criar uma identidade positiva capaz de unir nosso povo.

squallcross disse...

igorzinhuuuuuuu meu amiguinhuuuu
o tio te amaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Relatos disse...

Seu revoltadinho,questionamento bom, inteligente.

Anônimo disse...

só pra dar mais comentário :) kkk², adooooro ;* - s.

Unknown disse...

E talvez seja essa ausência de um senso de pertencimento responsável por intensificar cada vez mais nosso individualismo. Muito bom o texto igor, como os demais textos seus que eu já li!