19 de dezembro de 2008

1968: a vida em ego.

O carnaval! O carnaval! Grande é isso no Brasil. O Brasil é grande nisso, tão grande que se faz um Brasil só disso. A chamada carnavalizaçao, aquilo que torna qualquer coisa genuinamente brasileira. Este ano foi emblamatico. Tudo sofreu com essa tal carnavalizaçao, todos os custumes de outrora passara por uma intensa revoluçao (algo tao rapida que até parecia prever os tempos de hoje, o qual nao existe. Há um micro-tempo, efêmero e veloz). Foram os primeiros, os pioneiros, os vanguardistas. Implatarama revoluçao do sexo, das relaçoes familiares, da educaçao, da politica. Parabens a eles!
O que fode tudo é essa carnavalizaçao. Carnavalizaram o conceito de revoluçao. Esquecerem que os Homens nao sao de perderem direitos. Nao somos de dar passos pra traz! Fizeram a revoluçao, mas fizeram a desrevoluaço. Quem eles pensam que sao para nos tirarem as brechas abertas por eles? Quem eles pensam que sao para barrarem a revoluçao sexual, para fazerem uma politica de escandalos, para comprarem nosso futuro com universidades fajutas e alienantes?
Andamos para traz. Os ditos revolucionarios hoje sao reacionarios. Revivem os tempos de cooptaçao. Cooptam conceitos que eles expuseram. O ego deles é algo surpreendente. Fizeram a revoluçao sexual e implataram a ditadura do corpo. Fizeram a revoluçao politica e implantaram-se no poder para sugá-lo (seja esquerdista ou direitista). Lutaram por universidades e agora as sucateam como se nao fossem necessarias.
O ego deles é tao grande que se perpetuam no comando. Nao confiavam em alguem com mais de 30 anos. Agora que têm 40, nao confiam em alguem com menos de 30. Mudam o foco de açao. Aprisionam os filhos em casa. Nao nos deixam sair, estudar, viver; e nos culpam por nossa nao auto-suficiencia!
Como algo tão belo, tao anarquico como 1968 pode acabar em uma coerçao dessas!?

2 de dezembro de 2008

Sobre Ideologia

Uma vez me perguntaram: "Voce é petista?"; eu respondi: "Sou.". Então, vi nos olhos do meu inquisidor um nojo, ou algo parecido, que me julgava de uma forma preconceituosa e ridicula. O que leva o outro a crer que ele tem um posicionamento ideologico-partidario melhor que o meu? O que faz com que a pobre mente que me perguntou, pense que: ser igual a ela é o melhor? Imagine só se todos nós fossemos iguais, nao haveria evoluçao, nao haveria construçao. Seriamos uma constante, um nada. Marx fala sobre a dialética, o embate de classes levando à elevação social, ao comunismo. Acredito piamente quando se ve pela perspectiva da dialetica levando a evolução social. Minha utopia me leve ao socialismo, ao comunismo, ao anarquismo. Meu pragmatismo me leva à social-democracia, a um Estado forte que luta contra os desiguais, algo parecido com o que Maynard Keynes previu no século passado.
Meu posicionamento é diferente do de todos, mas não é melhor, tampouco pior. Ele é diferente. Necessariamente diferente. Sem mim nada seria como é agora, estariamos totalmente estagnados numa mesma ignorância, numa mesma pretenção de estarmos sempre certos, num achismo infundado que somos eternos, que somos escolhidos por um Deus. Saímos da Idade Média. Passamos pelo iluminismo, vimos as cabeças dos absolutistas rolarem por Versailles. Não há espaço para uma única verdade nesse mundo, não há espaço para acharmos que somos certos e o outro é errado. Nossa ignorância não é melhor que a de outrem.
Devemos tolerar o diferente, e se possível incorporá-lo, pois a verdade em nada se encontra. Somos meros profetas de mentiras. E como diz Dostoiévski: "A mentira é nossa única vantagem sobre todos os organismnos (...) Mente! Mente que vais chegar a verdade!". Na lógica do quanto mais é melhor, ouçamos as mentiras e façamo-as nossas.

22 de novembro de 2008

O poder de uma Ideologia

Vivemos em mundo partido. Partido por ideologias que nem ao menos sabemos quais. Ideologias partidárias, religiosas, filosóficas. Isso é algo tão forte, extremamente forte, que alguns se aproveitam disso para alienar. Alienam porque não existe um só homem sem ideologia, é intrínseco ao homem. Pensar, posicionar-se, fazer com que sua vontade e seu pensamento seja o mais forte, o melhor.
Vivemos em constante guerra. Guerra contra o capitalismo, contra o terror, contra o melhor. Nessa guerra, cada lado posiciona-se com sua verdade, armando-se de estereótipos sobre o outro lado, criando preconceitos e (in)verdades irrefutáveis. Quando tudo isso terá fim? Quando formos capazes de entender que a realidade do outro não é necessariamente a nossa. O outro existe diferente de mim, não existe um padrão de ser, de pensamento. Isso jamais terá fim. O homem é por natureza expansionista. Jamais parará de expandir seu poder, sua ideologia.
Vivíamos em guerra. Vivemos em guerra. Guerra contra o comunismo, contra o islamismo, contra o americanismo, contra o outro. Por que nós temos o direito de ser vencedores? Será porque Jeová ou Jesus de Nazaré está ao nosso lado!? Será porque lutamos contra Alá, contra o oriente médio e seu “extremismo”, "xiitismo"?
Não há culpados ou inocentes nessa guerra. Todos somos igualmente idiotas por crermos nesse embate ideológico. Giramos a roda da guerra por aceitarmos uma ideologia. Fazemos aquilo que acreditamos ser certo e por isso fazemos o errado.
A solução não é o niilismo, ou o dadaísmo completo. A solução não existe, pois é intrínseco ao homem ser alienado. Há uma única saída, a sobreposição de ideologias. Quando finalmente uma for "superior" à outra, teremos o fim das guerras.

18 de novembro de 2008

Wake up



Acordou, atrasado. Mas nem por isso deixou de tomar banho, café da manhã e fazer sua higiene pessoal. Saiu calmo, ligou a moto e foi ... para onde ... não sabemos! Nosso herói simplismente andava, despercebido e desatento. Cruzou a a avenida. Quando deu por si, viu-se de longe, ainda vivo e pensante. Então, pensou: "Que diabo estou fazendo ali e não aqui?". Foi quando, ao notar o sinal vermelho, seus olhos viram um corpo, seu corpo, sem cabeça. Um corpo inócuo e inerte aos seus pensamentos e incompreensões.
Não estava morto! Vivo ainda, e assim continuou por tempo irrelevante para ele e para todos. Irrelevante, apesar de longo, pois nada fez, não por falta de vontade, mas por implicações que um dia não apressado criara. Sua vida rediziu-se a observação, devido a sua falta de assimilação do tempo atual, microtempo.
Nosso herói, cujo nome também é irrelevante, viu-se, então, rodeado por pessoas. Algumas importantes desconhecidas para esta história, pois elas sairam do seu futurismo social e viram aquela cabeça viva, estupefada no meio da rua, no meio da semana! Dalí, surgiram mil versões para o fato, mas fato é que não nos importa a veracidade dessas, afinal, são apenas impressões de um fato nada comum.
Importante é que nosso herói seguiu imóvel, vendo aquela pequena multidão envolvendo-o. Permaneceu assim, até que pensaram que havia morrido, finalmente. Então, todo aquele mistério lhes pareceu tão solúvel, dissolveu-se, assim, essa multidão na pressa urbana. Nosso herói, aliviado, viu-se sozinho novamente, e assim pode fazer o que lhe agradava mais, pensar!
Pensou, então, que sua vida seria melhor que a de todos, melhor pois não teria obrigações idiotas de uma sociedade ocidental; obrigação de ser alguém notável, importante para a construção de um mundo melhor.
Nesse emaranhado todo de pensamento, chega Rodolfo, o nosso anti-herói, só não sabemos muito bem de onde veio. Sabemos, apenas, que veio, e viu aquela cena bizarra de uma cabeça sem corpo, e ainda feliz. Nosso anti-herói, então, roubou nosso herói, usurpou sua cabeça e a pendurou em uma estante, como um quadro ou troféu, para admirarmos, transformando a nova vida de nosso herói em uma mesma paisagem, até o fim.

3 de novembro de 2008

Construção



O que leva um homem a se identificar com outro homem? Suas caracteristicas fisicas? O fato de termos, todos, uma cabeça, um torax, dois braços e duas pernas? Ou seria algo mais, algo como modo de pensar, modo de ver-se como Homem, como pessoa que pensa e faz acontecer?

Acredito que o que me faz olhar no espelho e ver em mim, parte de uma naoçao, de um povo, nao é uma mera semelhança fisica, mas sim uma maneira de pensar, de me portar em relaçao à diversas adversidades. Me vejo como brasileiro pelo modo em que sinto minha naçao, pela perspectiva em que analiso minha situaçao. Mas o que me faz sintir e pensar como brasileiro, o que me faz realmente crer que sou brasileiro? Não é apenas o fato de ter nascido em territorio brasileiro, ou ainda apenas ter uma certidao que me faz legalmente brasileiro. É algo mais, algo que me é empurrado, pra nao dizer outorgado, por toda a minha vida. Hoje consigo refletir um pouco a respeito, hoje tenho uma capacidade de me ver brasileiro, e saber porque. Vamos ao porque entao!

A construçao de um "eu" brasileiro é algo muito mal trabalhado. Acredito que a maior caracteristica do brasileiro é se negar um brasileiro, mesmo em tempos do politicamente correto, nos vemos menores, nao nos vemos solidos como aqueles que dominaram o mundo e ainda dominam, economicamente e culturalmente. Onde está nosso mito fundador? Onde está no espelho, no qual devemos proucurar o perfeito brasileiro?

Não existe! Isso nao existe. O perfeito brasileiro... Pelé, Ronaldo, Kaká? Acredito que nao! Nao, um jogador de futebol, por melhor que ele seja, nao é capaz de unir uma naçao, a começar pelo simples fato dele defender uma camisa, um simbolo de sectarizaçao, um simbolo de nao ser um brasileiro por completo!

Olho para França e vejo Joana D'arc, Napoleao Bonaparte, La Marseillaise. Olho para a Inglaterra e vejo Rei Arthur, vejo a carta magna, vejo a revoluçao gloriosa. Olho para Alemanha e vejo Carlos Magno, vejo o 1º Reich, o 2º e até mesmo o 3º. Olho para esses povos e vejo países com populaoçoes cientes de quem elas sao, de onde elas vieram. Nao pessoas mal forjadas e humilhadas por um processo historico!

Aqui, temos o grito do Ipiranga (?), nosso Hino nacional (?), nossa bandeira (?????-uma mera cópia da bandeira do imperador). Coisas que me faz sentir e refletir como brasileiro!
Aqui, temos a igreja catolica, a fé cristã. O mal necessario! A unica coisa que consegue adestrar um povo faminto por ignorancia. O que de naçao há nisso? Onde estao os herois que realmente precisamos para nos definirmos como brasileiros?

Nossa construçao mal feita é a unica coisa que me faz ver o que o brasileiro tem enquanto naçao: a falta de interatividade com o outro. Nao nos levantamos mais. Nao nos vemos com um objetivo convergente. Fomos adestrados a ficarmos nos questionando como brasileiros, a nao abalarmos o sistema, a nos culparmos de tudo. Do jeito que está, está bom. Pra que mudar? Daremos o nosso famigerado "jeitinho brasileiro".

"Nao serei o poeta de um mundo caduco"
Nao, nao darei a minha soluçao. Nao serei o profeta da destruiçao ou do inferno. Nós já temos muitos por aqui! Serei aquele que anunciará o surgimento do super-homem. O Brasileiro.

28 de outubro de 2008

La Marseillaise


Avante, filhos da Pátria,
O dia da Glória chegou.
O estandarte ensangüentado da tirania
Contra nós se levanta.
Ouvis nos campos rugirem
Esses ferozes soldados?
Vêm eles até nós
Degolar nossos filhos, nossas mulheres.
Às armas cidadãos!
Formai vossos batalhões!
Marchemos, marchemos!
Nossa terra do sangue impuro se saciará!

O que deseja essa horda de escravos
De traidores, de reis conjurados?
Para quem (são) esses ignóbeis entraves
Esses grilhões há muito tempo preparados?
Franceses! Para vocês, ah! Que ultraje!
Que élan deve ele suscitar!
Somos nós que se ousa criticar
Sobre voltar à antiga escravidão!

Que! Essas multidões estrangeiras
Fariam a lei em nossos lares!
Que! As falanges mercenárias
Arrasariam nossos fiéis guerreiros
Grande Deus! Por mãos acorrentadas
Nossas frontes sob o jugo se curvariam
E déspotas vis tornar-se-iam
Mestres de nossos destinos!

Estremeçam, tiranos! E vocês pérfidos,
Injúria de todos os partidos,
Tremei! Seus projetos parricidas
Vão enfim receber seu preço!
Somos todos soldados para combatê-los,
Se nossos jovens heróis caem,
A França outros produz
Contra vocês, totalmente prontos para combatê-los!

Franceses, em guerreiros magnânimos,
Levem, carreguem ou suspendam seus tiros!
Poupem essas tristes vítimas, que contra vocês se armam a [contragosto.
Mas esses déspotas sanguinários
Mas esses cúmplices de Bouillé,
Todos esses tigres que, sem piedade,
Rasgam o seio de suas mães!...

Entraremos na batalha
Quando nossos antecessores não mais lá estarão.
Lá encontraremos suas marcas
E o traço de suas virtudes.
Bem menos ciumentos de suas sepulturas
Teremos o sublime orgulho
De vingá-los ou de segui-los.

Amor Sagrado pela Pátria
Conduza, sustente nossos braços vingativos.
Liberdade, querida liberdade
Combata com teus defensores!
Sob nossas bandeiras, que a vitória
Chegue logo às tuas vozes viris!
Que teus inimigos agonizantes
Vejam teu triunfo e nossa glória.

25 de outubro de 2008

Felicidade


Nossa cultra, a cristã-judáica ocidental, é um fracasso. O fim do Homem virá por causa dela. Existem vários pontos de partida que me fazem acreditar nisso... o Homem se mata sendo o que ele é hoje.
Vivemos em um culto à dor, um culto à penitencia, ao martírio, à paixão - aquela, de cristo. Somos mestres em criar profetas da dor e do inferno. A vida de um cristão é algo estranho, pra nao dizer abominavel! Como é possivel viver com um Deus dentro de cada um, vigiando todos, a fim que nao façam nada que nao lhes foi mandado? Como suportam isso?
Cada vez mais acredito no ateismo católico. Acredito que o Papa é ateu, que os cardeias sao, ques os bispos tambem. Será que eles realmente acreditam na farsa que inventam... o ditado, entao, deve se aplicar à eles, "uma mentira contada mil vezes torna-se verdade".
Essa dor constante, é suprida apenas pela ignorancia. A felicidade é um estado de ignorancia! Talvez essa seja a chave da felicidade dos cristãos, talvez a dor nao seja a causa da tristeza, talvez a sabedoria seja!
Daí vem o gancho para outra questao catolica. A hipocrisia! Somos um país de catolicos, mas nunca vamos a igreja. Somos um país de catolicos, mas nao lemos a biblia. Como nos dizemos catolicos se nada de catolico fazemos? Hipocritas, eis o que somos! Somos catolicos por conveniencia!? Existe essa opçao? Nao hora de pedir ajuda de Deus somos fervorosos. Na hora de fazermos sexo, com camisinha, somos o mais ateu dos ateus.
O que isso se relaciona com felicidade? Creio que tudo. Acredito numa destruiçao do nosso "eu" ocidental, para realmente vermos quem somos... quem sabe assim nossa angustia por respostas - de onde viemos; para onde vamos; por que viemos - cessem e finalmente possamos nos forjar ignorantes.

Caixa de Pandora

Acho interessante observar pessoas, e suas manias, seus transtornos obsessivos, pois assim vejo e aprendo sobre a humanidade e aprendo um pouco mais sobre mim. Vejo como somos obsecados por ... qualquer coisa. Somos obsecados pelo outro, por aquilo a se ver e falar.

Isso me faz lembrar de Pandora. Somos tão obsecados pelo que nao sabemos - talvez seja essa a explicaçao da ligaçao mais ilogica existente entre os Homens, a religiao -, e fazemos de tudo para chegarmos à verdade. Mas será mesmo que entendemos o que vemos?

Por exemplo, um amigo meu disse que ao ver um nascer do Sol numa praia, viu a real existencia de Deus. Deus estaria ali, fazendo sua "mágica" naquele nascer do Sol, ou seria apenas a beleza que sintimos por aquilo que nao podemos controlar? O Homem tem essa paixao por tudo aquilo que nao controla, ou nao?! A mais banal das coisas seria a velocidade... o risco , o perigo, a incapacidade de prever o que aconteceria... a fórmula 1 é uma coisa apaixonante, que nos fascina, devido a essa falta de controle do Homem sobre essa "grandeza". Aalgo mais estranho, eu diria, seria o tempo... amamos o tempo, amamos tanto que tentamos fazê-lo parar, para assim podermos desfrutar melhor dele.

Se Nietzsche disse que "Deus está morto", eu digo que ele ainda nao nasceu. Nao nasceu, pois tudo o que vemos, fomos nós quem criamos. Nao um Deus onisciente e onipresente. Afinal, tudo é pscicologico, tudo é uma interpretaçao nossa... o que me faz lembrar sobre o mito da caverna de platao... nossos olhos são a entrada da caverna, e nosso intelecto, as sombras.