18 de novembro de 2008

Wake up



Acordou, atrasado. Mas nem por isso deixou de tomar banho, café da manhã e fazer sua higiene pessoal. Saiu calmo, ligou a moto e foi ... para onde ... não sabemos! Nosso herói simplismente andava, despercebido e desatento. Cruzou a a avenida. Quando deu por si, viu-se de longe, ainda vivo e pensante. Então, pensou: "Que diabo estou fazendo ali e não aqui?". Foi quando, ao notar o sinal vermelho, seus olhos viram um corpo, seu corpo, sem cabeça. Um corpo inócuo e inerte aos seus pensamentos e incompreensões.
Não estava morto! Vivo ainda, e assim continuou por tempo irrelevante para ele e para todos. Irrelevante, apesar de longo, pois nada fez, não por falta de vontade, mas por implicações que um dia não apressado criara. Sua vida rediziu-se a observação, devido a sua falta de assimilação do tempo atual, microtempo.
Nosso herói, cujo nome também é irrelevante, viu-se, então, rodeado por pessoas. Algumas importantes desconhecidas para esta história, pois elas sairam do seu futurismo social e viram aquela cabeça viva, estupefada no meio da rua, no meio da semana! Dalí, surgiram mil versões para o fato, mas fato é que não nos importa a veracidade dessas, afinal, são apenas impressões de um fato nada comum.
Importante é que nosso herói seguiu imóvel, vendo aquela pequena multidão envolvendo-o. Permaneceu assim, até que pensaram que havia morrido, finalmente. Então, todo aquele mistério lhes pareceu tão solúvel, dissolveu-se, assim, essa multidão na pressa urbana. Nosso herói, aliviado, viu-se sozinho novamente, e assim pode fazer o que lhe agradava mais, pensar!
Pensou, então, que sua vida seria melhor que a de todos, melhor pois não teria obrigações idiotas de uma sociedade ocidental; obrigação de ser alguém notável, importante para a construção de um mundo melhor.
Nesse emaranhado todo de pensamento, chega Rodolfo, o nosso anti-herói, só não sabemos muito bem de onde veio. Sabemos, apenas, que veio, e viu aquela cena bizarra de uma cabeça sem corpo, e ainda feliz. Nosso anti-herói, então, roubou nosso herói, usurpou sua cabeça e a pendurou em uma estante, como um quadro ou troféu, para admirarmos, transformando a nova vida de nosso herói em uma mesma paisagem, até o fim.

2 comentários:

Unknown disse...

e ai comunidade, só o ouro?
que bosta é essa que aparece que eu apaguei o comentário? não era pra aparecer ;PP
bom agora eu tenho que escrever um pra disfarçar!
aah então quer dizer que agora você tem blog? muito legal ;)
sempre que puder eu volto aqui pra gansar, tá?
;*

Renata disse...

Antiheroi fajuto! Hello,Igor